Não posso começar por dizer o teu nome
é um espécie de interdição
o teu nome diz-te como se pudesse ser o teu nome
não quero perder-te não
não te quero encontrar na luz da minha linguagem
não posso distinguir-te através do nevoeiro
de uma cidade abandonada
de um porto escuro sem abrigo
tu não és uma mulher nem um corpo nem uma auréola
conheço-te como se tivesse perdido
como se não pudesse perder-me
como se não tivesse medo
de me perder
na intensidade da noite
na nudez imensa
de uma cidade abandonada
(eu tinha fugido de uma tribo
onde voltava sempre
de onde não podia fugir
interminavelmente
de onde fugia
sem poder fugir)
só para ti eu escreveria este poema
que os outros qualificariam como entenderiam
só tu o receberias
como se não o pudesses qualificar
Maria Isabel
sábado, agosto 19
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