Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
-- Mário Cesariny (n. 1923)
Pois, eu sei, mas era o poema que gostava de por aqui. Porque tambem gostei. Porque tambem gostas. Mas principalmente porque me faz lembrar de ti.
terça-feira, março 9
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